sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Caixinha

     Já deu para perceber que o ser humano não é feliz. Não é feliz nos dias de hoje. Como não sabe o que lhe faz falta para ser feliz vira-se para o desporto, porque o desporto consegue preencher aquela adrenalina que falta ao corpo, e não é só quando se pratica um deporto, é também quando se é um adepto fervoroso. Um adepto que viva a coisa mesmo a sério consegue sentir tanta adrenalina como o próprio atleta, só há um problema, essa adrenalina não é gasta, e é ai que o ser humano vai buscar o que realmente o faz feliz, a guerra.
     Desde sempre que o ser humano lutou, é uma coisa que lhe é natural, claro que isso já não é aceite nas novas sociedades ditas de racionais e civilizadas. Mas o ser humano está a ficar amorfo e sem as suas capacidades, e está a meter os seus instintos numa caixinha no mais profundo dos interiores, depois claro, não consegue arcar com as pequenas coisas da vida e fica miserável. 
     Não eram só as doenças que mantinham o nível humano na terra mais baixo, era também a guerra, morriam milhares (o que para a população da altura era muito). Hoje somos muitos, mas não valemos muitos, porque está cá tudo, ninguém é deixado para trás, e poucos se esforçam para valerem alguma coisa.
     Um dia quando formos atacados por extra terrestres vamos ser a civilização mais fácil de aniquilar que eles alguma vez encontraram e ficaram a perguntar-se como é que sobrevivemos tanto tempo. 

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