domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ingénuos

     Nós somos enganados todos os dias por informação que nos é injectada constantemente. Informação que nos chega através da televisão, do cinema, da musica, dos livros, e por mais uma variedade de coisas que estão sempre presentes nas nossas vidas. E apesar de toda a nossa arrogância e megalomania, somos tão cândidos e ingénuos. Sei que provavelmente isto já foi dito por muito gente, de várias maneiras diferentes e em vários momentos diferentes, mas nós somos levados a acreditar numa realidade que só existe nos filmes, livros e afins, e é isso que nos deixa estagnados na esperança que uma utopia se realize. É isso que nos deixa meio aparvalhados ou apalermados numa tentativa de parecer algo que na realidade não somos, e numa tentativa de alcançar alguma coisa que achamos que é a realidade.
     Na verdade não temos a total culpa disto. A nossa ingenuidade é aproveitada para criar uma cultura de mistificações e ideias que tornam as coisas simples da vida em algo complicado e baseado em rituais e propaganda enganadora, que só nos vais deixar deprimidos e confusos porque na verdade nada é como nos foi dito que era. Crescemos com ideias pré-concebidas de tudo, que mais tarde se vão revelando, e nos mostram como foram inglórias as tentativas de manipular algo que não está nas mãos de nenhum de nós.
     Claro que isto só acontece com as mentes fracas, mas hoje em dia quem não é? Cada vez é mais difícil encontrar alguém fora de estereótipos criados por esta sociedade segregacionista, e mesmo aqueles que acham que estão a sair do que é estipulado, não o estão realmente. Tudo hoje é feito para públicos alvo. Não se enganem os que pensam que são diferentes de todos os outros, não se enganem ao pensar que a sociedade não tem mão neles, neste momento já está alguém a pensar em como agarrar quem tenta fugir ao "rebanho", ou a tentar criar um rebanho novo.
     Se estás a ler isto e a pensar "ah eu não estou dentro de nenhum estereótipo, eu tenho a minha própria maneira de ver as coisas, a mim ninguém me mete num saco". Pois, está bem.

(provavelmente há coisas que não fazem lógica nenhuma. provavelmente não disse nada de jeito. provavelmente estava a falar com vocês que acharam que era com vocês)

4 comentários:

Anónimo disse...

Mostra-me o saco onde eu caibo, que eu preciso de fazer amigos com quem tenha realmente afinidade.

Não concordo totalmente contigo. Se não valesse a pena, por não ser possível, pensar e seguir o próprio caminho, preferiria não viver de todo. Não, David, nisto estás a ser demasiado cínico, a meu ver. ;) Desta vez não consigo concordar totalmente contigo. E não é ingenuidade, porque uma pessoa que pense por si própria sendo ao mesmo tempo ingénua, é tragada viva e eu já estou nisto sozinha desde muito cedo, viva e com vontade. E muito pensei eu, muito peneirei eu, todas as minhas ideias, de maneira a saber o que era meu e o que era de outros. A minha definição, a minha expectativa, a minha construção de felicidade prende-se mesmo com isso: mal ou bem, ter sido sempre eu a viver a minha vida, responsável pelas minhas escolhas, assumindo-as e desfrutando-as, no bem e no mal. Não me resumas à infelicidade de isso ser impossível.
Beijinho

David Pires disse...

Epa... :) Eu sabia que os últimos dois parágrafos generalizavam demais. Eu percebo o que queres dizer, e aceito. Eu também não aceitava se alguém disse-se o que eu disse, mas tens de perceber (ou não) que cada vez mais nos tentam levar por certos caminhos e inserir certas ideias na cabeça que muitos de nós não conseguem separar das suas próprias, e era nisso que queria tocar, o resto foi saindo.
Acho que te sentiste ofendida, e quando escrevia isto pensei em quem ficaria, e pensei logo em ti :)
Gostei.

Anónimo disse...

Ofendida, não. Acho que me expliquei bem no meu comentário. ;)

David Pires disse...

Explicaste sim :)