quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Reis da Noite

Ontem houve um jantar que me pareceu de turma num restaurante onde fui. (não vou dizer o nome do restaurante porque seria má publicidade). Aquilo parece que não começou bem, a mesa parecia meia vazia e eles só reclamavam uns com os outros sobre algo que não percebi. Cada vez que chegava alguém era uma comemoração. A mesa ia enchendo.
Todos comiam todos bebiam, parecia que nada podia parar aquela aparente alegria. Entre gritos a pedir mais cerveja e hinos da bebedeira (se o João quer ser cá da malta... ou mão direita é pénalti, é pénalti...) acho que nada de jeito se dizia naquela mesa. Havia riso e provocação, alguém sempre de pé, comer não era o essencial apesar daquilo se chamar "jantar".
Parece que o que toda a gente realmente queria era musica, não no sentido de ser enganado, mas no sentido literal. Parecia um coliseu romano mas substituam o pão por sangria. Estavam cegos, o mundo podia mudar naquele momento que para eles estava tudo bem.
Entre cantoria e dança a noite lá foi passando enquanto aqueles jovens cada vez mais se sentiam os reis e rainhas da noite, nada os podia parar. Havia risos e todos eram amigos, pelo menos assim parecia.
Entre fotos e cânticos universitários eu observava o restaurante a ficar vazio, até que o "DJ" acabou com aquilo, ninguém parecia muito preocupado, era quarta-feira, a noite acabava ali.
Na rua cada um seguiu o seu rumo, pensando nos momentos daquela noite, tentar perceber com que adjectivo defini-la. Eu simplesmente pensava: podia ter sido pior.

6 comentários:

Branco e Menta disse...

Subscrevo o que disseste ;)
És bom para escrever reviews lol

David Pires disse...

Ui! eu faço umas belas reviews. É isso e jogar bowling, são os meus talentos :D

Anónimo disse...

Também sou rapariga de fazer reviews, mas como me sai sempre uma coisa um bocado cáustica evito-as.
O teu blog faz-me lembrar uma fase minha, quando cheguei de Madrid a Lisboa, tinha 22 anos. Adorava o mundo e as pessoas. Gostava tanto das pessoas, de Lisboa. Com o tempo fui-me saturando de tanta gente, de tanto barulho, de tanta falta de individualidade - no sentido em que tens de estar sempre a levar com os festejos alheios, com o mau-humor alheio, etc. Ao mesmo tempo que não tens o teu espaço individual, podes estar a morrer no meio da rua que ninguém quer saber. O espirito colectivo só funciona para o espalhafato, de resto, ninguém ajuda ninguém. Mas pelo que há tempos disseste num comentário, fazes-me lembrar essa minha fase e isso é giro.
Isto para dizer, gostei. (Tchi... coisa tão simples e vai com tantas linhas)

David Pires disse...

Eu nunca faço reviews, ficam sempre chateados com elas.
Que comentário foi esse que fiz lembrar essa fase?
Acho que há uma diferença, eu adoro o mundo, mas as pessoas não sei bem, acho que já estou na fase de "o espírito colectivo só funciona para o espalhafato". As pessoas cada vez mais me desiludem.
Ah se é para gostar podes usar muitas linhas! :D também podes não gostar, eu quero de comentários grandes, é mais giro :)

Anónimo disse...

Há dias escreveste isto num comentário:
«eu por acaso adoro gente em Lisboa, mas é quando não tenho nada para fazer, e posso só observar»
Foi isto que me fez lembrar essa fase. :)
Eu estou como tu. Adoro o mundo, adoro a vida. Volta e meia volto a apaixonar-me pelas pessoas. A última injecção de paixão que levei foi com um programa chamado "6 billion others".
Eu nem sou pessoa de comentar, mas aqui no teu canto apetece-me tagarelar. ;)

David Pires disse...

Ah então foi uma bela fase :)
Quando tiver tempo tenho de ver melhor isso dos "6 billion others", agora tempo de net é escasso, foi mesmo por acaso que o teu comentário entrou num momento em que entrei na net hoje.
Aqui podes tagarelar à vontade :)