Ontem houve um jantar que me pareceu de turma num restaurante onde fui. (não vou dizer o nome do restaurante porque seria má publicidade). Aquilo parece que não começou bem, a mesa parecia meia vazia e eles só reclamavam uns com os outros sobre algo que não percebi. Cada vez que chegava alguém era uma comemoração. A mesa ia enchendo.
Todos comiam todos bebiam, parecia que nada podia parar aquela aparente alegria. Entre gritos a pedir mais cerveja e hinos da bebedeira (se o João quer ser cá da malta... ou mão direita é pénalti, é pénalti...) acho que nada de jeito se dizia naquela mesa. Havia riso e provocação, alguém sempre de pé, comer não era o essencial apesar daquilo se chamar "jantar".
Parece que o que toda a gente realmente queria era musica, não no sentido de ser enganado, mas no sentido literal. Parecia um coliseu romano mas substituam o pão por sangria. Estavam cegos, o mundo podia mudar naquele momento que para eles estava tudo bem.
Entre cantoria e dança a noite lá foi passando enquanto aqueles jovens cada vez mais se sentiam os reis e rainhas da noite, nada os podia parar. Havia risos e todos eram amigos, pelo menos assim parecia.
Entre fotos e cânticos universitários eu observava o restaurante a ficar vazio, até que o "DJ" acabou com aquilo, ninguém parecia muito preocupado, era quarta-feira, a noite acabava ali.
Na rua cada um seguiu o seu rumo, pensando nos momentos daquela noite, tentar perceber com que adjectivo defini-la. Eu simplesmente pensava: podia ter sido pior.
6 comentários:
Subscrevo o que disseste ;)
És bom para escrever reviews lol
Ui! eu faço umas belas reviews. É isso e jogar bowling, são os meus talentos :D
Também sou rapariga de fazer reviews, mas como me sai sempre uma coisa um bocado cáustica evito-as.
O teu blog faz-me lembrar uma fase minha, quando cheguei de Madrid a Lisboa, tinha 22 anos. Adorava o mundo e as pessoas. Gostava tanto das pessoas, de Lisboa. Com o tempo fui-me saturando de tanta gente, de tanto barulho, de tanta falta de individualidade - no sentido em que tens de estar sempre a levar com os festejos alheios, com o mau-humor alheio, etc. Ao mesmo tempo que não tens o teu espaço individual, podes estar a morrer no meio da rua que ninguém quer saber. O espirito colectivo só funciona para o espalhafato, de resto, ninguém ajuda ninguém. Mas pelo que há tempos disseste num comentário, fazes-me lembrar essa minha fase e isso é giro.
Isto para dizer, gostei. (Tchi... coisa tão simples e vai com tantas linhas)
Eu nunca faço reviews, ficam sempre chateados com elas.
Que comentário foi esse que fiz lembrar essa fase?
Acho que há uma diferença, eu adoro o mundo, mas as pessoas não sei bem, acho que já estou na fase de "o espírito colectivo só funciona para o espalhafato". As pessoas cada vez mais me desiludem.
Ah se é para gostar podes usar muitas linhas! :D também podes não gostar, eu quero de comentários grandes, é mais giro :)
Há dias escreveste isto num comentário:
«eu por acaso adoro gente em Lisboa, mas é quando não tenho nada para fazer, e posso só observar»
Foi isto que me fez lembrar essa fase. :)
Eu estou como tu. Adoro o mundo, adoro a vida. Volta e meia volto a apaixonar-me pelas pessoas. A última injecção de paixão que levei foi com um programa chamado "6 billion others".
Eu nem sou pessoa de comentar, mas aqui no teu canto apetece-me tagarelar. ;)
Ah então foi uma bela fase :)
Quando tiver tempo tenho de ver melhor isso dos "6 billion others", agora tempo de net é escasso, foi mesmo por acaso que o teu comentário entrou num momento em que entrei na net hoje.
Aqui podes tagarelar à vontade :)
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