sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Mensagens 1

Hoje quando um colega meu recebe um telefonema de um número que ele não conhece eu perguntei se podia mandar mensagem para o dito número, e a quando deste pedido lembrei me de um acontecimento memorável da minha vida (memorável no sentido de me ter ficado na memória, não por ser alguma coisa de jeito), acontecimento que, digo já, foi extremamente ao acaso, como a maioria das coisas memoráveis da minha vida.
Aconteceu estava eu no décimo primeiro ano, devia ter eu altura 17 anos (desculpem qualquer estupidez da idade). Estava na escola, estava em aula, mas não havia professor por perto, que me recorde. As personagens principais desta mensagem sou eu, a rapariga e a amiga da rapariga (eu dizia nomes, mas realmente não os sei).
Vou começar pelo inicio (sou mesmo cliché), recebo um telefonema de um número que não conheço (tal como o meu colega, isto afinal até tem alguma coisa a ver!), mas como estava em aula não atendi, mas passado um bocadinho recebo outra vez e mais uma vez não atendo. Esqueci isto durante uns dez minutos, mas depois a curiosidade ganhou e fui eu telefonar. O telefone toca, toca, toca e nada. Telefono outra vez, toca toca, e atendem, mas do lado de lá só me responde um silêncio, eu claro não digo nada também e espero, a minha espera foi pouca porque desligaram. Eu casmurro como sou telefono outra vez, desta vez atendem e ouço o riso do outro lado, mas rapidamente desligam. Aqui começam as mensagens que eu vou tentar transcrever com base nas minhas memórias:

Eu: quem és?
(uma espera de uns dez minutos)
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Eu: quem és?
Amiga da Rapariga: (outro número) deixa a minha amiga em paz!
Eu: eu só quero saber porque telefonaram.
Rapariga: desculpa, desculpa, não te incomodamos mais, desculpa.
Eu: não precisas de pedir desculpa se disseres quem és.
Rapariga: diz me tu quem és!
Eu: eu?! não fui eu que telefonei, e pelo que parece tu és uma miúda parva, pela atitude.
Rapariga: (mudando o rumo) que idade tens?
Eu: que foi isso agora? vamos socializar é?
(um grande momento de espera)
Rapariga: olhe eu sou casada e tenho dois filhos, não gostaria de ser mais incomodada. desculpe se o incomodei, pare de mandar mensagens.
Eu: eu também não queria casar já, e duvido, mas é na boa e não precisas de me tratar por você.

Ainda hoje quando me lembro deste episódio penso se seria possível ser verdade. Gostaria de um dia conhecer esta pessoa e saber se se lembra disto. A minha parte favorita foi quando comecei a ser tratado por “você”. Nunca mais me aconteceu nada assim, que pena.

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