sábado, 28 de janeiro de 2012

Suhde

    Hoje percebi que gosto disto. Hoje percebi que se pode ser feliz aqui.
   Quando se é Erasmus é difícil perceber como realmente é um país, uma cidade, as pessoas. Estás fechado dentro de uma bolha, e achas que aquilo é a vida (é como aquelas pessoas que acham que viver fora de casa dos pais significa uma vida de festas e dormir até tarde, isso só é real porque os pais ainda pagam tudo, isso não conta realmente como viver sozinho). Erasmus é o mesmo, a maioria destas pessoas nunca viveu fora de casa dos país, por isso para eles isto é óptimo e gostam do seu grupinho de pessoas dos mais variados países do mundo. Mas eu podia fazer isso em Lisboa. Isto é Helsínquia.
    Hoje jantei em casa de finlandeses. Um jantar entre portugueses e finlandeses. Pessoas que estudam, trabalham, vivem aqui, pessoas que tem hábitos e rotinas, pessoas que tem dia-a-dia. Pessoas reais. Tinha saudades disso, e foi bom ver as coisas como realmente são na sociedade real. Duas estudantes finlandesas, um português à procura de trabalho, um casal finlandesa-português e um estudante Erasmus. Troca de experiências, diferentes visões da mesma cidade, partilha de culturas, conselhos, risos, o inglês mais lento, e as línguas de origem para coisas mais rápidas, o pedido de desculpas quando falamos a língua errada, os planos para o futuro, ir a Portugal e voltar à Finlândia.
    Perceber as coisas fora da bolha fez-me perceber que podia ser feliz aqui. Um dia arranjo um finlandesa que me convence a mudar para cá, tal como elas disseram em tom de brincadeira, mas sabendo que o mundo dá muitas voltas e que tudo é possível (e a prova disso é que naquela casa estávamos todos ligados de alguma forma).

2 comentários:

What Elsa disse...

Este post revela uma enorme maturidade. Aposto que não foste tu quem o escreveu :P

Btw, o header do blog está muito giro!

David Pires disse...

Primeiro, obrigado pelo elogio ao header.
Segundo, obrigado por me lembrares que não posso mostrar maturidade, os outros jovens iriam comer-me vivo, não volta a acontecer. :)