sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cânone

     Há coisas que são bonitas por si só, ou as coisas só são bonitas pelos parâmetros de cada um? Se falarmos de pessoas há os parâmetros da sociedade para bonito, estes vão mudando de acordo com as tendências, o que é perfeitamente compreensível já que o ser humano tem vindo cada vez mais a ficar mais bonito. Mas há gostos pessoais para bonito, tal como há para interessante, saboroso ou o antónimo de bonito, feio. Muitas vezes os nossos parâmetros para bonito nem são os mesmo que os da sociedade. Os cânones não estão sempre de acordo para todos.
     Talvez seja um bocadinho arrogante adjectivar as coisas. Adjectivar é uma coisa pessoal. Não pode haver uma coisa que faça toda a gente a estar de acordo em como a classificar, ou haverá? Nem todos olham para o por do sol, o lua cheia, o mar, ou uma floresta da mesma maneira, nem todos tem no seu imaginário o mesmo cenário que consideram bonito ou feio, deslumbrante ou horripilante. Não. Cada um é único nas suas opiniões, não pode haver uma sociedade a definir os cânones de belo ou feio. Cada um vê o belo onde quer, e é isso que interessa, que seja belo para si.   

11 comentários:

Panda disse...

Bela questão. É tudo bastante subjectivo, não há um belo universal, nem um feio que seja feio para todos. Gostei muito deste post! (:

David Pires disse...

dizeres "bela questão" foi giro.
Ainda bem que gostaste, eu escrevo para o mundo amar :D

Panda disse...

Tu não ficaste atrás com essa expressão, também x)

Branco e Menta disse...

O que é belo pra mim pode não ser para ti, e normalmente é assim que acontecem as coisas. No teu dia-a-dia vês muita coisa que não gostas, mas outras pessoas adoram. Se gostássemos todos do mesmo, era bastante complicado.
Mas, a sociedade define o que é belo e o que é feio, vai de cada pessoa (que espero que tenham capacidade para pensarem por elas) definir se o belo para a sociedade é o belo para ela própria.
Somos pessoas, com gostos individuais, e tirando aquelas que mal sabem o que andam cá a fazer e vão pela cabeça dos outros, os "gostos" são subjectivos.

David Pires disse...

O problema é essa definição da sociedade. Muitas vezes engana muita gente. E muitas vezes somos levados a crer que a nossa opinião não é a certa. Não estou a dizer que concordo com isto, estou só a referir.

Anónimo disse...

Estamos vivos e há que vivenciar as coisas da forma que as sentimos. Se eu sinto que algo é belo para mim, direi a plenos pulmões que o é. Se para o outro não for, não é. Melhor para mim que me sinto mais única. No entanto, é sempre bom encontrar gente que encontra beleza no mesmo sítio que nós.
Viver atados a preconceitos é mau, tanto para o lado em que os construímos como para o lado em que os combatemos. Se cada um vivesse a sua vida, cruzando a vida do outro apenas quando tivesse algo para partilhar, seríamos todos mais livres e genuínos.

David Pires disse...

Isso quer dizer que quando não há nada a partilhar não há cruzamento de vidas? Parece-me interessante. Vou pensar no teu caso

Anónimo disse...

Eu acho que sim, que só quando nos queremos partilhar com alguém - seja amizade, amor, paternidade, uma conversa casual com algum solitário no metro - é que faz sentido importunar/interpelar/responder a outro. O resto ou é supérfluo ou é maldoso. Mas isto sou eu, que vivo na minha ilha, com pontes ocasionais para o exterior. Não percas muito tempo a pensar no que penso, porque eu sou estranha.

David Pires disse...

Ahhh supérfluo era onde queria chegar. Nada estranha, penso eu, á talvez um bocadinho, mas eu não posso falar muito, sou o rapaz mais estranho do minha rua. :)

Anónimo disse...

Pois, mas o meu nick no youtube é "eusouestranha", ganhei.

David Pires disse...

E não é que é mesmo!! Só por ser real é que ganhas. E também porque eu não me quero começar aqui a revelar :)